Exame confirma câncer no prefeito de São Paulo

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O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 39 anos, deve começar o tratamento de quimioterapia para combater um câncer diagnosticado na cárdia, transição entre estômago e esôfago, entre esta segunda (28) e esta terça-feira (29). O prefeito continua no cargo.

O médico Artur Katz afirmou, durante coletiva no Hospital Sírio-Libanês, onde Covas está internado, que também há uma metástase única no fígado. A metástase mostra que uma célula cancerígena saiu do estômago e seguiu para o fígado.

O cirurgião Raul Cutait disse que é “uma pequena lesão [no fígado]. O fato de não ter lesão no peritônio [membrana que reveste as paredes da cavidade abdominal e recobre órgãos abdominais e pélvicos] é uma boa notícia”, afirmou.

Ainda segundo Katz, a doença foi traiçoeira, porque não havia sintoma no local. Só a trombose, que foi detectada no fim da semana passada, indicou a possibilidade do câncer.

No sábado (19), o prefeito foi atendido no pronto-atendimento do Hospital Albert Einstein, na Zona Sul de São Paulo, e foi diagnosticado com erisipela (infecção na pele). Ele foi medicado e liberado. “Foi tratado corretamente, recebeu antibiótico e anti-inflamatório”, disse o médico David Uip, que coordena a equipe responsável por Covas no Sírio-Libanês.

O prefeito foi internado na última quarta-feira (23) no Sírio para continuar tratando essa infecção. Dois dias depois, foi diagnosticado com quadro de trombose venosa das veias fibulares, que ficam na perna. No sábado (26), outros exames diagnosticaram tromboembolismo pulmonar e uma tumoração no trato digestivo. Por fim, outro exame, uma laparoscopia (cirurgia minimamente invasiva) feita na noite de domingo, confirmou o tumor maligno.

Como será a quimioterapia

Túlio Pfifer, oncologista do Sirio Libanês, disse que as sessões de quimioterapia começarão em breve, com três tipos de medicamentos. “O tumor é relativamente frequente, mas mais raro nos jovens.” Segundo Artur Katz, a opção pela quimioterapia é porque ela “pode englobar a doença toda ao mesmo tempo”

Pfifer disse que Covas “está internado por conta da trombose, ele está assintomático com relação ao tumor”.

A equipe médica afirmou que a doença de Bruno Covas não tem relação com a do avô, o ex-governador de São Paulo Mário Covas, que morreu de câncer de bexiga em 2001. “O câncer do Mário Covas foi um câncer de bexiga, não tem nada a ver com o que está acontecendo hoje”, afirmou o médico David Uip.

Globo

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