Cantor e compositor paraibano, Antônio Barros completa 90 anos: ‘vivi sempre a realidade’

Músicas de Antônio Barros já foram gravadas por Elba Ramalho, Fagner, Luiz Gonzaga, Gilbero Gil, Ney Matogrosso

0

O cantor e compositor paraibano Antônio Barros completa nesta quarta-feira (11) 90 anos de idade. Ao lado de Cecéu, companheira dele na vida e na música, a dupla compôs vários sucessos que ganharam o mundo nas vozes de Elba Ramalho, Fagner, Luiz Gonzaga, Gilbero Gil, Ney Matogrosso, entre outros artistas. Foram mais de 700 músicas. “Eu acho que seja normal, porque eu nunca levei a sério esse negócio de parabéns para você. Porque sempre fui uma pessoa realista, vivi sempre a realidade”, disse Antônio.

“Como tive uma vida muito cansativa como era o nordestino que ia para o Rio de Janeiro lutar para conseguir alguma coisa na vida, eu nunca me preocupei com idade, o dia passava e eu não via. Hoje está tudo bem, eu estou feliz”, confessa.

Nascido na cidade de Queimadas, Antônio Barros estudou no Grupo Escolar José Tavares. A escola foi fundada em 1937, sendo o primeiro colégio de Queimadas, município com pouco mais de 43 mil habitantes.

“Em 1930 não conhecia nada, não sabia que o mundo era redondo”, sorri. Fui para Campina Grande, ficamos lá até minha vivência de adulto, fui para recife, e a partir daí começou minha vida profissional”, relata o compositor.

Na mesma escola estudaram alguns primos. O pai de um deles, chamado Adauto, foi quem ensinou Antônio Barros a tocar violão e, depois, o pandeiro. “Toquei pandeiro na rádio. Me lembrei de Jackson, ele já estava no Rio de Janeiro, fui na Rádio Nacional, onde encontrei Jackson. Já que não tinha o que comer, onde dormir, aí fui para o apartamento de Jackson do Pandeiro, foi quem me deu apoio no Rio de Janeiro”, conta Antônio Barros.

O encontro com Cecéu

 

Já conhecido, ele não deixou de visitar Campina Grande. Em uma dessas viagens, esteve na casa número 128 da rua Vigário Calixto. Hoje tudo está muito mudado. Mas foi em um imóvel de Campina que Antônio Barro conheceu Cecéu: uma parceira para sempre.

“Estava escrito nas estrelas, porque aos meus nove anos eu estudava no colégio São Vicente de Paulo e já ia cantando música de Antônio Barros. Em 1971, quando nos conhecemos, ficamos sete meses conversando, e Antônio voltando para o Rio, passou esse tempo lá, quando voltou ele disse para nos unir e fazer uma dupla, porque eu já tinha alguns trabalhos feitos. Eu disse: topo”, contou Cecéu.

Quando se fala em parceria não é só sentimental. A dupla gravou um disco de música romântica como Tony e Mary, mas foi no forró que emplacou um sucesso atrás do outro, como “Homem com H”. Luiz Gonzaga, Marinês, Trio Nordestino, Os três dos Nordeste, Jorge de ALtinho, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Alcione, e tantos outros gravaram músicas da dupla.

São muitos prêmios e reconhecimentos pelo trabalho ao longo de décadas de carreira. Para Antônio Barros, a idade não é tão importante assim. Mas para alguns artistas, é de extrema importância.

Jorge de Altinho

“Antônio Barros para mim é um deus da música nordestina, um dos maiores compositores do Brasil e eu sempre tive essa ligação com ele, desde o início da minha carreira que gravo composições dele e de Céceu. Fizemos muito sucesso. Ainda hoje nos meus shows eu canto suas músicas. Para mim é um pai de conselho, um pai que me ensinou muito da música, eu devo muito a Antônio Barros, uma figura maravilhosa”.

Alcimar Monteiro

“Alô meu querido amigo Antônio Barros, poeta maior da música do nordeste e brasileira, quero lhe parabenizar pelos seus 90 anos de vida e por essa trajetória linda e maravilhosa da sua carreira”.

Elba Ramalho

“Quero mandar os parabéns bem forte e coloroso, um abraço bem apertado, para esse grande compositor paraibano, grande mestre do forró. Um dos melhores, um dos maiores. Já gravei mais de 50 músicas da dupla Antônio Barros e Cecéu na minha carreira. Fico muito honrada em fazer parte da sua história e da sua vida”.

 

 

Fonte: G1PB

Deixe uma resposta

Seu endereço de email não será publicado.