Covid-19: Mandetta prevê que maio e junho serão os meses mais duros

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O Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu em entrevista neste domingo (12) no Fantástico que os números do novo coronavírus no Brasil estão subestimados. Além disso, Mandetta destacou que, de acordo com as previsões, maio e junho seriam os meses de maior stress para o sistema de saúde.

No feriado de Semana Santa, o Brasil ultrapassou a marca de mil mortes oficiais por coronavírus. O ministro afirmou que no início de fevereiro quando se fazia simulações com outros países e adequando ao clima do Brasil, sabia-se que na primeira quinzena de abril haveria aproximadamente estes números.

“Sabemos também desde o início que fizemos a projeção que a segunda quinzena de abril seria a quinzena que aumentaríamos e que o mês de maio e junho seriam os meses de maior estresse pro nosso sistema de saúde”, disse.

Mandetta lembrou que os reflexos de hoje são do que foi feito duas semanas atrás. E destacou que se iniciar precocemente uma movimentação, vai voltar a ter o mesmo padrão do início onde tinha dia após dia um aumento do surgimento de brotes epidêmicos.

Para o ministro, os meses de maio e junho serão os sessenta dias mais duros para as cidades. Ele lembrou que no Brasil há diferentes realidades e não pode se comparar a um país pequeno como Espanha, Itália, Grécia e até Inglaterra. “Somos o próprio continente”, lembrou.

“Seja conosco ou qualquer outra pessoa. Maio, junho, em algumas regiões julho, nós teremos dias muito duros”, disse.

Esses dias duros, de acordo com o ministro, serão os momentos em que eles serão responsabilizados por não fazerem o que tinha que ser feito e por isso o sistema estará entrando em colapso. “Olha, vocês deveriam ter sido mais duros, menos duros, porque a economia está assim, está assado”, pontuou como espera que seja a reação.

“Sempre haverá engenheiros de obra pronta. Pessoas que depois que você trabalha, que faz o possível e o impossível para enfrentar a situação, que depois da situação passada fala ‘ah não, mas isso deveria ter sido feito assim ou assado’”, destacou.

“Nós teremos uma confrontação entre o que somos e para onde queremos ir constante nesses meses que temos pela frente. Serão dois a três meses de muito, muito questionamento das práticas de todos. E obviamente que o Ministério da Saúde vai ser o ministério mais questionado”, continuou.

De acordo com Mandetta, essas semanas o comportamento da sociedade é quem vai ditar. Esse vírus, a história natural dele, como ele vai se comportar aqui, quem vai escrever essa história é o comportamento da sociedade, não é a polícia, o decreto. É como cada um de nós brasileiros vamos ter a consciência do cuidado individual, sendo o responsável pelo cuidado coletivo. Ele é uma coisa muito mais de como vamos encarar essa relação da dinâmica social e do sistema de saúde, da capacidade de atender”, finalizou.

Fonte: Paraíba

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