Aviso por e-mail de salário 70% menor gera atrito no Santos
O corte de 70% nos salários por três meses não foi bem recebido pelos jogadores do Santos. Nesta terça-feira, o elenco recebeu os valores referentes a abril já com a redução, como será também em junho e julho. A decisão tomada pela diretoria ajudou a piorar uma relação já desgastada entre empregador e empregado.
A redução já era prevista desde o início da pandemia do novo coronavírus, que acarretou na paralisação do futebol e, consequentemente, na queda das receitas do Santos – e dos demais clubes.
Os jogadores do Peixe, inclusive, já se mostravam a favor de terem seus salários cortados para poupar de demissões os funcionários que recebem menos. O que desagradou, de acordo com apuração do GloboEsporte.com, foi a forma como se chegou aos 70%.
No início do mês passado, a diretoria e os jogadores do Santos iniciaram a discussão para tentar chegar a um acordo sobre quanto seria reduzido dos salários. O clube, inicialmente, ofereceu 50%. O elenco recusou, sugeriu 30% e entendeu que a porcentagem havia sido aceita.
O tempo passou, porém, e nada feito. Os jogadores foram avisados, há cerca de duas semanas, que o corte não seria mais de 30% e que a diretoria queria 70%, mas não aceitaram. A diretoria alega que aguardou o quanto pode por uma resposta do elenco, o que, segundo dirigentes ouvidos pela reportagem, não aconteceu.
Diante da incerteza de quanto seria a redução, o Santos enviou um e-mail nesta terça-feira, às 13h15, a todos os seus colaboradores, inclusive jogadores, comunicando a decisão: os salários pagos no mesmo dia teriam um desconto de 70% no valor de quem recebe R$ 6 mil – um jogador que recebe R$ 100 mil, por exemplo, teria 70% de corte sobre R$ 94 mil.
Globoesporte