Fatores genéticos são responsáveis por 10% dos casos de câncer de mama
Especialista lista fatores de risco para doença
O câncer de mama, excluídos os tumores de pele não melanoma, é o mais incidente entre as mulheres. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam uma estimativa de 66.280 novos casos em todo país para este ano. Na Paraíba, serão 46,17 novos casos para cada 100 mil mulheres, totalizando 1.120 pessoas que devem descobrir a doença este ano.
Apesar de muito se falar sobre a ocorrência de casos de mama por uma questão de fator genético, neste 1º de outubro, dia que marca o início da campanha Outubro Rosa, que tem por objetivo conscientizar a população acerca da doença e necessidade do diagnóstico precoce, a mastologista do Hapvida em João Pessoa, Josivania Felipe Santiago, afirma que o câncer de mama de caráter hereditário corresponde apenas de 5 a 10% de casos.
“Os fatores genéticos/hereditários estão relacionados à presença de mutações em determinados genes, especialmente BRCA 1 e 2. Mulheres que possuem vários casos de câncer de mama ou pelo menos um caso de câncer de ovário em parentes consanguíneos, sobretudo em idade jovem, ou câncer de mama em homem também em parente consanguíneo, podem ter predisposição genética e são consideradas de maior risco para a doença”, esclarece.
A mastologista explica que os principais fatores de risco para ocorrência de câncer de mama são: idade, histórico familiar – ter irmã ou mãe com câncer de mama (fator genético); menarca precoce e menopausa tardia (a mulher fica exposta mais tempo a ação hormonal); não ter filhos (maior tempo sob ação hormonal, pois não tem as paradas dos ciclos de gravidez); história de exposição à radiação, obesidade e tabagismo.
Josivania Santiago aproveita o momento para reforçar a importância da obtenção de um diagnóstico precoce. “O câncer de mama é a segunda forma mais comum de câncer nas mulheres. Importante causa de mortalidade também. Só através do diagnóstico precoce da doença poderemos diminuir a alta taxa de mortalidade desta doença e possibilitar cirurgias cada vez menos agressivas e melhor qualidade de vida”, pondera.
Identificando e Diagnosticando – A mastologista do Hapvida explica que sinais podem indicar um possível câncer de mama. “Nódulo único, irritação ou abaulamento de uma parte da mama, inchaço de uma parte ou toda a mama, dor na região da mama e mamilo, inversão do mamilo, vermelhidão na pele, espessamento da pele ou retração da pele ou mamilo. Além da presença de secreção sanguinolenta ou cor de água pelo mamilo. Esses são alguns sinais que merecem atenção”, elenca.
Já para o diagnóstico da doença podem ser realizados o core biopsy – que é uma biópsia com agulha grossa e um procedimento que dá o diagnóstico definitivo –, mamografia, ultrassonografia das mamas, ressonância magnética, tomossíntese mamária são alguns dos testes e exames que contribuem para fechar o diagnóstico da doença.
Josivania Santiago reforça que a realização do autoexame das mamas, atividade física regular, alimentação balanceada, mamografias de rastreamento, evitar o consumo de álcool e fumo são algumas práticas diárias que ajudam a prevenir o surgimento do câncer de mama.