Justiça aceita denúncia do MPPB e Romero vira réu na Operação Calvário
O juiz Alexandre José Gonçalves Trineto aceitou na manhã desta terça-feira (6) a denúncia feita pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) no âmbito da Operação Calvário contra o ex-prefeito de Campina Grande, Romero Rodrigues, o advogado Jovino Machado, Saulo Ferreira Fernandes e o empresário da Cruz Vermelha do Brasil e delator Daniel Gomes. Com a decisão, todos se tornam réus no processo da investigação.
Romero disse que ainda não foi ouvido sobre o caso e aguarda pela notificação da Justiça para esclarecer os fatos. Informou também que as empresas citadas na denúncia não fizeram parte de sua gestão. A reportagem não conseguiu contato com os demais denunciados.
A denúncia feita pelo MP aponta para um suposto pagamento de R$ 150 mil, feito por Daniel Gomes em 2012. A quantia teria como destino a campanha para eleição de Romero à prefeitura de Campina Grande.
Também conforme a denúncia, o valor teria sido pago com a garantia de que as organizações sociais administradas por Daniel Gomes assumiriam a gestão na Instituto de Saúde Elpídio de Almeida, caso Romero Rodrigues fosse eleito o gestor municipal.
Os recursos, de acordo com as investigações, teriam sido pagos em duas parcelas de R$ 75 mil.
Na decisão, o juiz diz que “há sim prova razoável da prática dos crimes de corrupção ativa e passiva dos denunciados já mencionados”.
No entanto, o magistrado também destaca que “nessa fase processual, não cabe exame aprofundado das provas, algo só viável após a instrução e especialmente o exercício do direito de defesa”.
Os acusados têm o prazo de até 10 dias para apresentação de defesas preliminares.
A operação
A Operação Calvário foi desencadeada em dezembro de 2018 com o objetivo de desarticular uma organização criminosa infiltrada na Cruz Vermelha Brasileira, filial do Rio Grande do Sul, além de outros órgãos governamentais. A operação teve oito fases, resultado na prisão de servidores e ex-servidores de alto escalão na estruturado governo da Paraíba.
A investigação identificou que a organização criminosa teve acesso a mais de R$ 1,1 bilhão em recursos públicos, para a gestão de unidades de saúde em várias unidades da federação, no período entre julho de 2011 até dezembro de 2018.
G1