69% dos advogados afirmam que pandemia impacta funcionamento dos escritórios e 64% investiram em tecnologia

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A Associação Paraibana de Advocacia Municipalista (Apam), destaca, no Dia do Trabalho (1º de maio), a pesquisa divulgada pela empresa MyCase que revelou que 69% dos participantes afirmaram que a covid-19 impactará significativamente a maneira como seus escritórios de advocacia operam. Nessa nova realidade, 64% investiram em tecnologia e implementaram dispositivos de vídeo chamadas após o início do regime de isolamento social. Na Paraíba, a pandemia também acelerou mudanças e a ampliação da utilização de tecnologias.

De acordo com o presidente da Apam, Marco Villar, a pandemia impactou e vai continuar impactando significativamente os escritórios de advocacia, assim também como nos de contabilidade. “Muitas dessas mudanças vieram para ficar, pois facilitaram muito o nosso dia a dia. Algumas medidas adotadas no início da pandemia vão permanecer por tempo indeterminado, a exemplo dos julgamentos de forma virtual, remota”, disse.

Villar revelou ainda que no dia a dia da maioria dos escritórios de advocacia a implementação da virtualização das informações e da metodologia de trabalho veio para ficar, a exemplo das reuniões virtuais com os clientes. De acordo com ele, esse foi um processo positivo que está garantindo rapidez na coleta de informações e economia para os clientes que em muitos casos moram longe dos tribunais ou dos escritórios de advocacia.

“Outra realidade vivenciada por nós é que dentro dos tribunais e cortes a produtividade aumentou diante da virtualização dos processos e julgamentos, mas claro observando que algumas situações, em especial as audiências de custódia, precisam ser revistas. Em alguns casos a presença física é essencial e isso é um ponto que precisamos debater para encontrarmos soluções”, destacou Marco Villar.

O advogado Abelardo Jurema Neto destaca que a pandemia causada pelo coronavírus impacta diversos ramos de profissionais liberais, principalmente na advocacia. “Antes tínhamos toda uma formalidade que sempre existia, como o uso de terno e gravatas para irmos aos tribunais, a reuniões. Isso tudo vem sendo mudado por conta da pandemia. Hoje não precisamos nem sair de casa para participar de audiências e reuniões”, explicou.

Segundo Abelardo Jurema, nessa nova realidade a operacionalidade foi reduzida. Ele explica que antes da pandemia muitos profissionais acreditavam que quanto maior o escritório, mais impacto causaria aos clientes, revertendo na venda de imagem. “Isso tudo mudou, hoje quanto maior o escritório, mais vazio ele fica ao seguirmos os protocolos de segurança”, constatou.

Abelardo pontuou que existem algumas dificuldades, sobretudo relacionadas com os clientes, uma vez que está mais difícil realizar um encontro presencial. Para ele, esse processo dificulta também na captação de novos clientes diante da pandemia, onde a maior preocupação é assegurar a saúde do cliente e a dos profissionais.

Para Abelardo Jurema Neto, um ponto negativo trazido com a pandemia e o distanciamento social diz respeito às audiências de instrução, pois segundo ele, são imprescindíveis que sejam realizadas de forma presencial por conta de alguns fatores como a presença física de testemunhas e de fatos que tenham que ser esclarecidos diretamente com o próprio juízo e que fica impossibilitado virtualmente.

“São obstáculos que gravaram nossa carreira como uma tatuagem que fica no corpo e somente com muita resiliência, criatividade e determinação poderemos passar por tudo isso para que possamos voltar ao patamar que a advocacia merece, inclusive economicamente”, afirmou Abelardo.

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