Crianças em fase de alfabetização foram as mais afetadas na pandemia, aponta estudo

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Crianças em fase de alfabetização foram as mais afetadas pela pandemia do novo coronavírus no Brasil. O apontamento é do Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para Infância (Unicef), que mostrou ainda que o número de estudantes sem acesso à educação neste período aumentou em 15%. Nesta quarta-feira (8), Dia da Alfabetização, o deputado Pedro Cunha Lima (PSDB) lamentou que a área siga sem definição de retorno na rede pública de ensino da Paraíba e também em outros estados do país.

“O tempo tem passado, mais um ano indo ao fim e parece que ninguém de fato se importa com o retorno das aulas e com o prejuízo acumulado, dia após dia, para a educação nos mais diversos níveis, inclusive no processo de alfabetização. Vamos pagar o preço por isso, mas as famílias e principalmente as crianças já têm sofrido o efeito desse descaso”, pontuou.

Recentemente, foi aprovado na Câmara Federal o projeto de Lei 2.228/2020, de autoria do parlamentar, que determina aos estados, aos municípios e ao Distrito Federal a realização de levantamento anual de demanda por creches para crianças com até três anos de idade. Pedro detalha que é na primeira infância que se inicia a alfabetização, muitas vezes realizada nas creches, que também tem estado fechadas na maior parte do Brasil.

“Especialistas relatam uma série de benefícios da creche, que prepara a criança para aprender a ler e escrever, amplia vocabulário e acelera o desenvolvimento. Esse é mais um passo para garantir o acesso das pessoas que não possuem privilégios ao acesso à educação, para que ela cumpra seu papel de inclusão e instrumento de transformação de vidas”, ressaltou.

Em tramitação – Aprovado na Câmara em 24 de agosto, o projeto aguarda apreciação no Senado Federal. Após a votação, deve seguir para sanção do presidente Jair Bolsonaro. Conforme o projeto, os dados sobre a oferta de vagas serão reunidos a partir da implementação de estratégias de busca ativa de crianças, envolvendo órgãos públicos de educação, assistência social, saúde e proteção à infância, bem como organizações da sociedade civil organizada. Cada município, estado e Distrito Federal organizarão listas de espera com base no levantamento da demanda não atendida.

Primeira infância e educação – Um estudo realizado pela Effective Provision of Pre-school Education Projetc (EPPE) mostrou que a experiência pré-escolar é importante, principalmente, para crianças de famílias em situação de vulnerabilidade social. Três mil crianças foram acompanhadas por quatro anos, e a análise revelou que o ingresso precoce ao ambiente escolar garante melhor autonomia, concentração e sociabilidade.

 

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