Prefeitura inicia programa pioneiro de Cuidadores Voluntários e crianças com deficiência voltam às aulas presenciais

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A fila de estudantes que esperavam por um cuidador para poderem frequentar uma sala de aula é uma realidade que não existe mais na Rede Municipal de Ensino de João Pessoa. Tudo isso graças à contratação de 800 educadores sociais voluntários, contratados pela Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), por meio de Processo Seletivo Simplificado. De acordo com a secretária de Educação da Capital, América Castro, o Programa Educador Social Voluntário só existe no Distrito Federal, em Brasília. Em João Pessoa, é uma iniciativa pioneira.

“Era uma demanda que incomodava não só o prefeito, mas a todos os profissionais de educação. Com esse Programa do voluntariado estamos trazendo cerca de 800 cuidadores para a rede que vão atender aproximadamente 2800 alunos com algum tipo de deficiência. Lugar de criança matriculada é na escola e é isso que estamos proporcionando”, disse a secretária de Educação de João Pessoa, América Castro.

Até o momento a Prefeitura está investindo mais de R$ 5 milhões/ano com a adesão de 495 cuidadores voluntários.

A assistente administrativa Bárbara Letícia dos Santos Lima, mãe de Pedro Henrique, de dois anos e oito meses, que tem Transtorno do Espectro do Autismo, lembrou o tempo em que o filho tinha que ficar em casa por falta de cuidador. “Tivemos que mexer com a rotina da família, porque como trabalho o dia todo, tinha que deixar meu filho na casa da minha mãe que já tinha os afazeres dela”, explicou Bárbara dos Santos.

Mas essa realidade mudou com a chegada de uma cuidadora para Pedro Henrique no Centro de Referência de Educação Infantil (Crei) Arlete Almeida Nunes, no bairro do Geisel.

“Pedro sentia falta da escola. Um dos fatores principais para o desenvolvimento de uma criança com Autismo é a socialização. Como a própria neuropediatra dele falou, o Crei é uma extensão da terapia dele. E parabenizo a Prefeitura, porque isso é uma excelente iniciativa de que nenhuma criança, independente da deficiência, fique sem frequentar a escola por falta de cuidador. Eu me senti muito acolhida no Crei Arlete. Lá meu filho é tratado como a verdadeira inclusão deve ser feita”, agradeceu a mãe de Pedro Henrique.

Atenção especial – Os cuidadores voluntários prestam auxílio diretamente ao estudante que possua qualquer deficiência física, intelectual, transtorno global do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação, assistindo-o quanto aos cuidados básicos de alimentação, higiene, locomoção, recreação e organização das condições do ambiente escolar, para realização das atividades escolares orientadas pelo professor.

É exatamente isso que faz a cuidadora de Pedro Henrique, Rosângela de Oliveira Sores Silva. “É cuidar com amor, carinho e dedicação. Eu faço isso com maior prazer. Eu amo o que eu faço. Cuido do Pedro como se eu estivesse cuidando de um filho meu”, disse com brilho nos olhos.

Edma de Oliveira Santos, era professora de sala regular, e agora está passando por uma nova experiência. Ela é cuidadora voluntária de Miguel José Ferreira de Lima, de um ano e meio, que tem síndrome de Down. “Está sendo maravilhoso contribuir com esse público-alvo da educação especial. Miguelzinho está se desenvolvendo. Hoje ele já consegue se levantar, dar os primeiros passos”, disse a cuidadora.

O cuidador voluntário também acompanha e presta auxílio ao estudante durante as atividades pedagógicas, para que possam realizar as atividades cotidianas e as propostas pelos professores durante as aulas e extraclasse, visando assim sua efetiva participação na unidade educacional na escola ou Crei.

Cícera Sandra é cuidadora no Crei Arthur Antônio Belarmino Ferreira, no bairro dos Bancários. Ela se emociona ao falar da evolução de Samuel Oliveira do Nascimento, 3 anos, que tem autismo. “É um trabalho muito gratificante você está participando da educação de cada um deles. Eu fico emocionada quando eu entrego o Samuel para os pais e posso relatar a evolução gradativa que venho percebendo, como coordenação motora e raciocínio, levar a mãozinha à boca na hora de alimentar”, relatou Cícera.

A secretária de Educação América Castro mandou um recado para as famílias. “Hoje, se o cuidador ainda não chegou na unidade do seu filho ou se seu filho não tem esse cuidador, estamos encaminhando mais 200 selecionados para as unidades de ensino. A necessidade de cuidador na rede vai acabar”, tranquilizou.

“Esse Programa nasceu para fortalecer a política do governo da gestão Cícero Lucena, para a Educação Especial, que se ancora na compreensão de que todas as crianças, jovens e adultos devem ter a garantia do direito à educação, com respeito as diferenças. Nas formações iniciais com os cuidadores voluntários temos dito que já estamos fazendo história: fazemos parte de um Programa Pioneiro, que carrega uma luz forte: a inclusão”, afirmou a coordenadora da Educação Especial, Rejane Lira.

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