A deputada estadual Cida Ramos (PT) tem mobilizado diversos parlamentares paraibanos, entre deputados federais e estaduais, em defesa das Instituições Federais de Ensino na Paraíba. Foi lançado na manhã desta quarta-feira (7) um manifesto contra os cortes orçamentários impostos pelo governo federal que inviabilizam o funcionamento das instituições de ensino.
“Estamos chegando ao fim de um governo que durante quatro anos atentou contra o conhecimento, a ciência. A hora é de dizer, independente de partido político, vamos unir a Paraíba em torno de seu maior patrimônio”, disse a deputada Cida Ramos, em coletiva de imprensa concedida na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) junto à Associação dos Docentes da Universidade Federal da Paraíba (ADUFPB).
Mais de 20 parlamentares, de partidos de direita e esquerda, já assinaram o manifesto. De acordo com a deputada, outros têm demonstrado interesse em também assinar. Cida disse que demais classes serão provocadas em defesa das universidades, como o caso do empresariado, que se favorece da universidade.
Para a deputada Cida Ramos, a defesa das Instituições Federais de Ensino na Paraíba é “condição para que este estado continue se desenvolvendo e crescendo”. Cida disse ainda que irá buscar diálogo com o governador João Azevêdo a fim de juntar forças pela educação superior pública e de qualidade.
Sobre o manifesto
O manifesto divulgado hoje denuncia os graves cortes na educação e detalha como este contingenciamento inviabiliza as instituições de ensino na Paraíba. “Importa destacar que as Instituições Federais de Ensino – IFES, ao longo do governo Bolsonaro, vêm sofrendo restrições orçamentárias significativas. Ao compararmos o orçamento de 2015 (R$ 12 bilhões) com o de 2022 (R$ 5,4 bilhões), a conclusão é simples: uma perda de 54,66%”, diz trecho do documento.
Mais adiante, o manifesto detalha as perdas orçamentárias da UFPB e UFCG e denuncia que os cortes afetam também a economia da Paraíba como um todo.
“Analisando o orçamento discricionário apenas da UFPB e UFCG, chegamos a um resultado igualmente assustador. Em 2015, as duas instituições recebiam, juntas, R$ 465 milhões. Em 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro, o orçamento discricionário delas foi reduzido para R$ 296 milhões; em 2020, para R$ 266 milhões; em 2021, R$ 203 milhões, e, em 2022, a previsão, antes dos cortes, era de R$ 216 milhões, o que confirma a trágica tendência de cortes. A comparação entre os orçamentos de 2015 e 2022 revela uma perda de 53,51%, valores corrigidos pelo IPCA. Concretamente, estamos falando de mais de R$ 200 milhões, ano após ano, que deixaram de ser investidos na Paraíba, impactando não apenas as condições de funcionamento das IFES paraibanas, mas também a economia do estado.”