A Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) realizou, nesta terça-feira (14), mais uma sessão especial em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março. A homenagem, realizada no Plenário da Casa, foi proposta pela deputada Cida Ramos e teve como finalidade celebrar as conquistas, alertar sobre a violência contra as mulheres e homenagear a ex-vereadora Marielle Franco, que morreu há cinco anos.
“Resolvemos realizar essa sessão na data de hoje porque faz exatamente cinco anos da morte de Marielle Franco. Então, comemoramos no sentindo de reafirmar a resistência, a luta e exigir resposta para esse crime. Ao mesmo também, também falamos para as mulheres quilombolas, indígenas, domésticas, mulheres com deficiência, para que a gente possa dizer que queremos políticas públicas mais consistentes, que queremos mais leis, mais igualdade de gênero, queremos protagonismo. A sessão foi para fortalecer nossa luta”, ressaltou Cida Ramos.
Na oportunidade, Cida também destacou que as vítimas de feminicídio seguem crescendo no Brasil. Em 2022 foram 1,4 mil assassinadas, número 5% maior do que no ano anterior. “A cada seis horas, uma mulher morre somente pelo fato de ser mulher. Há também o que se comemorar. O país vive um novo tempo com o restabelecimento de políticas públicas afirmativas em defesa das mulheres, da proteção de seus corpos, da sua integridade, e de mais equidade entre gêneros no âmbito profissional”, disse Cida Ramos.
A Promotora de Justiça Rosane Araújo ressaltou que o momento não é de comemoração, mas de reflexão. “O Dia Internacional da Mulher é o dia de visibilidade e de luta por igualdade e respeito pela mulher e pela sua dignidade. Hoje é dia de marcar esse espaço”, disse.
Sobre a morte de Marielle Franco, ela acredita que além da motivação política também existe a questão de gênero. “Ela foi morta também por ser mulher. O crime ainda não foi elucidado, mas acredito que após os mandantes serem descobertos vai se confirmar que que foi um crime político e de gênero”, declarou Rosane Araújo.
A Capitã da Polícia Militar Gabriela Jácome destacou o trabalho efetivo que a unidade militar vem desenvolvendo na Paraíba no combate à violência contra as mulheres e em defesa da sociedade e que se sente orgulhosa das ações da polícia nessa data comemorativa. A capitã Gabriela também falou sobre Marielle Franco e ressaltou que a vereadora simbolizava a luta das mulheres pobres, negras, lésbicas e trabalhadoras brasileiras. “O assassinato dela é um caso que nunca poderemos esquecer, por todas as circunstâncias que o cercam, para que não volte a se repetir. As grandes tragédias da nossa história sempre devem ser lembradas, porque se caírem no esquecimento, cairemos no sério risco de que elas possam se repetir”, justificou.
Prestigiaram o evento, Cristiana Almeida, Secretária Executiva da Mulher e da Diversidade Humana; Nena Martins, Secretária de Políticas Públicas par as Mulheres de João Pessoa; Liane Carvalho, promotora de Justiça e Coordenadora do Núcleo de Gênero e Igualdade Racial do Ministério Público Estadual; Isabele Ramalho, presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB/PB; Anne Karoline Carneiro Maciel, delegada e coordenadora das Delegacias Especializadas das Mulheres; Kaliandra Andrade, coordenadora técnica da Patrulha Maria da Penha; Marina Blanck, diretora do Projeto LIS; Glória Rejane da Silva Santos, representante do Sindicato das Trabalhadoras Domésticas; Raíssa Pacífico, representando a Coordenadoria da Mulher do MPE; Anne Moura, representando a Secretaria Nacional de Mulheres do PT; a vereadora Jô Almeida (PT), de Campina Grande; e Zilma de Almeida Feitosa, representando o MST; além de representantes de diversas entidades ligadas ao movimento das mulheres.