Sindalcool-PB subscreve nota da Bioenergia Brasil sobre ataque de distribuidoras ao RenovaBio

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A nota expressa preocupação e descontentamento em relação à postura de algumas distribuidoras de combustíveis que atacaram o RenovaBio

Nesta terça-feira (21), a Bioenergia Brasil, entidade nacional que representa o setor sucroenergético brasileiro, emitiu uma nota que expressa preocupação e descontentamento em relação à postura de algumas distribuidoras de combustíveis que atacaram o RenovaBio, um dos maiores programas de descarbonização do setor de transporte no mundo.

O Sindalcool-PB integra a Bioenergia Brasil e subscreveu apoio à nota, que defende veementemente o RenovaBio como um programa essencial para a descarbonização, desenvolvimento sustentável e transição energética do Brasil.

De acordo com o texto, algumas distribuidoras estão tomando uma postura de “defender interesses comerciais em detrimento da verdade e dos interesses nacionais”.

A crítica central da nota é que as distribuidoras desejam transferir a maior parte das obrigações do RenovaBio para os produtores de combustíveis fósseis, concentrando cerca de 80% da responsabilidade em uma única empresa, a Petrobras. A nota argumenta que esse comportamento contrário ao RenovaBio não é novo, mencionando resistência anterior ao programa por motivos semelhantes.

Segue abaixo a nota na íntegra:

POSICIONAMENTO BIOENERGIA BRASIL

É lamentável a posição de algumas distribuidoras de combustíveis veiculadas na imprensa no dia 20 de novembro de 2023. Ao atacar o RenovaBio, um dos maiores programa de descarbonização de setor de transporte do mundo, para defender interesses meramente comerciais, atropelam não só a Verdade, mas os interesses nacionais, com reprovável desonestidade intelectual.

Na prática, as distribuidoras que subscrevem a matéria desejam transferir a parte obrigada do RenovaBio delas próprias para os produtores de combustíveis fósseis, o que na prática quer dizer jogar cerca de 80% da obrigação na mão de uma única empresa, a Petrobras.

Ressalte-se que esse comportamento contrário ao Renovabio não é novo, antes mesmo de ser lançado, o programa enfrentou resistência desse segmento, sempre pelo mesmo motivo mencionado acima.
O posicionamento das distribuidoras esquece que houve uma pandemia, com impactos inegáveis ao consumo.

Em sequência, por conta de iniciativas eleitoreiras, o mercado nacional de combustíveis sofreu interferências de
ordem tributária que ceifaram a competitividade do etanol frente à gasolina, fator determinante para forte redução da sua utilização. É importante o registro que entre 2021 e 2022, o setor sofreu com o clima, secas e geadas, e nem assim houve risco de desabastecimento.

O próprio ministério de Ministério de Minas e Energia, reconhecendo uma retração não só do consumo de etanol, mas do mercado de combustíveis como um todo, propôs uma redução nas metas do RenovaBio, mantendo as diretrizes, mas adequando-se ao novo universo.

Desde o início de seu funcionamento, em 2020, o RenovaBio proporcionou uma descarbonização da nossa matriz energética quantificada em 100 milhões de toneladas de carbono que deixaram de ser emitidas, por conta da opção dos consumidores pelos combustíveis renováveis. Na sua concepção, não era o objetivo que o CBio fosse integrado a mercados de carbono, destinando-se tão somente a efetivar um programa de descarbonização da matriz de transportes através da substituição de combustíveis fósseis por biocombustíveis. Quanto maior a venda de biocombustíveis por uma distribuída, menor é a meta a ela estabelecida. O Programa se coaduna com o esforço brasileiro para atingimento das metas estabelecidas nos compromissos climáticos internacionais. Ao rechaçar o Programa as distribuidoras não cumprem seu papel dentro desse esforço pela descarbonização.

O Renovabio é um programa inovador que tem sido exemplo para políticas de descarbonização em outros países, pela primeira vez parametrizando emissões de combustíveis, fósseis e renováveis, incorporando o conceito de ciclo de vida dos mesmos. Tem provocado uma grande revolução nas estruturas produtiva das usinas, levando a práticas cada vez mais sustentáveis na produção e processamento da matéria-prima, a exemplo do desenvolvimento de tecnologia para aproveitamento e geração de biogás e biometano e redução do uso de fertilizantes sintéticos. Esse conceito norteará toda a política nacional de descarbonização e transição energética, consolidando o País como potência verde.

Para além da descarbonização, o Renovabio criou ambiente para que o setor fizesse maciços investimentos, notadamente na produção de etanol a partir do milho, com bilhões de reais investidos e mais de uma dezena de empresas construídas e outras já anunciadas, milhares de empregos criados, interiorização de desenvolvimento, um ciclo virtuoso que só ajuda o Brasil.

Em síntese, um Programa que consolida o Brasil como potência verde, induz investimento e incorporação de tecnologia ao mesmo tempo em que evita milhões de toneladas de carbono em nossa atmosfera deveria receber tão somente aplausos.

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