Escolas Militarizadas triplicam no Brasil; Dinho defende expansão do modelo na Paraíba

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Nos últimos cinco anos, o número de escolas públicas militarizadas triplicou no Brasil. A expansão desse modelo educacional ocorreu em governos tanto de esquerda quanto de direita, com o apoio de pais e responsáveis, sob o argumento de reforçar a disciplina escolar.

Defensor do ensino cívico-militar, o deputado estadual Dinho Papa-léguas (PSDB) acredita que esse modelo melhora a qualidade do ensino e promove valores como ética e cidadania. “Essas instituições se destacam na média nacional no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com nota 7, enquanto a média nacional das escolas públicas fica em 4,9”, argumenta.

Existem atualmente 792 colégios estaduais e federais com gestão militar completa ou parcial no país, um aumento significativo em comparação aos 230 registrados em 2018. Essas escolas representam 4% da rede estadual, atendendo cerca de 555 mil alunos.

O modelo de ensino militarizado no Brasil tem uma trajetória histórica que começou com a criação das primeiras escolas por D. Pedro 2º e se desenvolveu de maneira contínua desde 1889, ano da Proclamação da República. Atualmente, o Exército é responsável por 15 colégios no país. O modelo cívico-militar, porém, ganhou maior destaque durante o governo Bolsonaro, com o lançamento do Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares (Pecim) em 2019.

Na Paraíba, seis escolas estavam integradas ao Pecim. Essas instituições estavam localizadas em João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita, Bayeux e Patos. No entanto, em 2023, o governo federal decidiu encerrar o programa, gerando debates sobre o futuro do modelo no estado e no país. Apesar do encerramento do programa pelo presidente Lula, a expansão desse formato continuou em alguns estados.

O deputado estadual Dinho argumenta que esse modelo tem contribuído significativamente para a melhoria da qualidade do ensino. “As escolas cívico-militares têm mostrado resultados positivos. Elas não apenas promovem uma maior disciplina entre os alunos, mas também incentivam o desenvolvimento de valores como cidadania e ética, algo que nossa juventude precisa para enfrentar os desafios do futuro”, afirmou.

Embora não haja uma mudança significativa na pedagogia das escolas militarizadas, muitos pais acreditam que a disciplina reforçada nesses colégios tem ajudado seus filhos a desenvolverem mais responsabilidade. Nessas instituições, os alunos usam fardas, participam de atividades que incluem cantar o hino nacional e frequentam aulas inspiradas na antiga educação moral e cívica, com conteúdos que vão desde ética e cidadania até empreendedorismo e empatia. O modelo varia de acordo com a instituição, mas, em muitos casos, os estudantes são classificados de acordo com seu comportamento e desempenho, podendo assumir funções como “xerifes” ou “chefes” de sala, similares aos antigos representantes de turma.

O deputado reforça a importância do modelo para a educação no Brasil. “Acredito que o ensino cívico-militar é uma ferramenta poderosa para garantir uma formação integral dos estudantes, que vão aprender não apenas conteúdos acadêmicos, mas também valores fundamentais para a vida em sociedade”.

Mais dados – Segundo dados do Ministério da Educação, as escolas cívico-militares têm uma taxa de abono escolar de 77% menor, a reprovação dos alunos é 37,4% menor, além dos alunos que estudam na idade certa, que é 50% maior. Já a avaliação do Ideb, que mede qualidade do ensino é 20% maior.

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