A Justiça da Paraíba julga, nesta segunda-feira (23), o pedido de habeas corpus apresentado pela defesa da vereadora da Raissa Lacerda, que foi presa na última quinta-feira (19), durante a Operação Território Livre, que investiga o aliciamento violento de eleitorais e organização criminosa atuante na Capital, deflagrada pela Polícia Federal.
De acordo com polícia, a parlamentar da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), e outros investigados são suspeitos de um esquema que através do controle de território estariam exercendo influência no pleito eleitoral, praticando as condutas de constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto e outros que restarem comprovados.
A primeira fase da Operação Território Livre foi deflagrada no dia 10 de novembro, e a segunda no dia 19, que resultou na prisão da vereadora e candidata à reeleição Raissa Lacerda e de alguns assessores.
O que diz a vereadora?
Em nota enviada pela assessoria, a vereadora Raíssa Lacerda disse estar com o espírito desarmado próprio dos inocentes.
Raíssa ressaltou que está no quarto mandato e não existe nada que venha a desabonar sua honra e caráter. “Repilo, com toda veemência, e afirmo se tratar de uma mentira cavilosa”, disse em um trecho da nota.
Confira a nota, na íntegra:
O que diz a CMJP?
A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) divulgou uma nota em que explicava que a “Procuradoria-Geral vem acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Território Livre, da Polícia Federal”, e que “a Casa do Povo, composta por representantes legítimos da população”. Confira a nota completa abaixo.
“A Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) informa que a sua Procuradoria-Geral vem acompanhando de perto os desdobramentos da Operação Território Livre, da Polícia Federal. Informa ainda que a Casa do Povo, composta por representantes legítimos da população, confia no trabalho da Justiça e no devido processo legal.
Por fim, ressalta que a Casa de Napoleão Laureano e seus representantes defendem de forma intransigente o direito constitucional de ir e vir das pessoas e vão acompanhar de perto o desenrolar das investigações”.
Investigação
Na última terça-feira (10), a Polícia Federal deflagrou a primeira parte da Operação Território Livre, com o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, objetivando combater os crimes de aliciamento violento de eleitores e organização criminosa atuante no bairro São José, no município de João Pessoa, capital da Paraíba.
As investigações dão conta de que através de controle de território, os investigados estariam exercendo influência no pleito eleitoral, praticando as condutas de constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto e outros que restarem comprovados.
Nas diligências hoje realizadas foram apreendidos, o montante de 35 mil reais em dinheiro, vários documentos com dados pessoais de diversas pessoas, que não eram residentes no local da busca, além de contracheques de funcionários da prefeitura e aparelhos celulares, provas que podem indicar materialidade e autoria e reforçar os elementos já colhidos durante a investigação policial, objetivando a responsabilização dos envolvidos pelos crimes eleitorais praticados.
Na última quinta-feira (19), a Polícia Federal deflagrou a segunda parte da Operação Território Livre II. Na ocasião a vereadora Raissa Lacerda, candidata a reeleição, foi presa durante a ação policial. De acordo com as autoridades, foram cumpridos quatro mandados de prisão preventivas e sete de busca e apreensão, no bairro Alto do Mateus e em São José, incluindo uma Organizações não Governamentais (ONG).