Enem 2024: Professor Ivo faz duras críticas à prova de Linguagens e diz que Inep precisa repensar modelo
Realizada neste domingo (03), junto às provas de Humanas e Redação, a prova de Linguagens, de menor média nacional no Enem, é também a mais cansativa.
Para o professor Ivo, o modelo da prova de Linguagens é extremamente desnecessário e precisa ser revisto.
” Em 2023, questões relacionadas a composições de Caetano foram cobradas e o próprio compositor não soube responder. Professores e professoras ficam em dúvidas em várias questões. Para se ter uma ideia, analisando gabaritos extraoficiais da prova de hoje, além de divergências, renomados cursinhos deixaram algumas questões em branco, não optaram pela alternativa. Estou falando aqui de compositores e de especialistas da área. E o que falar dos estudantes, que, além de Linguagens, têm de responder a 45 questões de Humanas e, ainda, produzir um texto? É uma tarefa desumana e inaceitável “, pontuou o professor.
Para Ivo, a falha da prova de Linguagens é estrutural, não é pedagógica.
” São 45 questões que constituem uma prova montada. Não existe uma linearidade acerca delas. Existe um banco de questões organizadas de forma aleatória. Isso compromete o alunado no que diz respeito à logística de tempo e de interpretação. O que quero dizer é que, sobre um único texto, se podem cobrar 5, 8 questões e englobar as competências e habilidades orientadas pela matriz. Mas, como não é uma prova elaborada, mas montada, para o participante, torna-se um caos pelo cansaço e pela complexidade das respostas. Se não há como mudar, coloquem-se 35 questões. Com essa quantidade, é possível cobrar do alunado todas as competências e habilidades previstas”, concluiu o professor.