Vítima de afogamento, menino de dois anos se torna o doador de órgãos mais novo da Paraíba

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Um menino de apenas dois anos de idade se tornou o doador de órgãos mais novo já registrado na Paraíba, na madrugada desta quinta-feira (21). Ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, vítima de afogamento.

Com o avanço do quadro para encefalopatia hipóxico-isquêmica (EHI) – uma lesão cerebral grave que ocorre quando o cérebro deixa de receber oxigênio e nutrientes suficientes –, a criança evoluiu para a morte encefálica. A confirmação ocorreu após rigoroso protocolo de exames clínicos e de imagem, realizados por médicos distintos.

Com a permissão da família, foram doados os rins, que teve como receptor uma outra criança, de 10 anos, do estado de São Paulo. A cirurgia de captação aconteceu no centro cirúrgico do Hospital de Trauma de João Pessoa. A médica Nara Gelle, da equipe de captação do Hospital Samaritano Higienópolis, destacou a importância da doação. “Esses órgãos vão ser ofertados para uma criança que está em hemodiálise, que é feita diariamente e tem uma qualidade de vida bastante comprometida. Essas crianças têm déficit de crescimento e desenvolvimento, então foi um grande passo essa família dizer esse sim para essa criança, para poder ofertar a ela a oportunidade de ter uma vida de melhor qualidade,” enfatizou.

Essa foi a 43ª doação de órgãos registrada na Paraíba em 2024. Até então o doador mais jovem no estado era um menino de 4 anos, que teve seus órgãos doados em novembro de 2022. A diretora da Central de Transplantes, Rafaela Dias, evidenciou a importância do gesto. “Esse é um marco importante na trajetória da Central Estadual de Transplantes, refletindo o nosso crescimento e compromisso com a vida. O rim do nosso pequeno doador foi destinado a uma criança de 10 anos em São Paulo, proporcionando uma nova chance e esperança a essa família. Agradeço profundamente a todos os profissionais envolvidos nesse processo, que atuam com dedicação e sensibilidade, transformando momentos de dor em oportunidades de vida,” pontuou.

Em 2024, a Central de Transplantes da Paraíba já contabilizou a realização de 241 transplantes, sendo 175 de córneas, sete de coração, 18 de rim, 28 de fígado e 13 de medula óssea.

Como se tornar doador – O passo principal para se tornar um doador é conversar com a família e expressar o desejo. Não é necessário documentar o desejo por escrito, porém, para que ocorra a doação, os familiares precisam autorizar o ato por escrito após a morte.

A doação de órgãos é um ato pelo qual se manifesta a vontade de que, a partir do momento da constatação da morte encefálica, uma ou mais partes do seu corpo (órgãos ou tecidos), em condições de serem aproveitadas para transplante, possam ajudar outras pessoas.

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